Tanto Mar-Fluxos Transatlânticos
Recebi o convite para fazer uma instalação para exposição: Tanto Mar-Fluxos Transatlânticos para o design. E me sinto honrada. Acho grande o convite. Agradeço existir e poder realizar uma expressão que tem como premissa a intercessão entre Brasil e Portugal. O MuDe, museu de Design de Lisboa que organiza essa embasada mostra está em obras e por isso a exposição será no Palácio de Calheta, lá tem pavões de verdade, gansos e um Jardim Botânico como quintal.
O trabalho curatorial da Adelia Borges e da Barbara Coutinho forma uma trajetória incrível que vai desde 1500 aos dias atuais ocupando doze salas. Passa por Carmem Miranda que é portuguesa, Gabriela da novela que parou Portugal, Tenreiro, Niemeyer e uma história bizarra de linda com Portugal, e Bordallo pelo Brasil. Tem nossos índios.
Minha pesquisa in loco foi de 144 horas ou 8.640 minutos de um mergulho absoluto e intenso no mar P.o.r.t.u.g.u.ê.s de texturas, formas, materiais, perfumes, sabores e espaços. Porcelana, azulejaria, bordados e cortiça. Fui pega por cada encontro e a soma possível e impossível de realizar uma coisa atual, uma intersecção. Também fiz uma performance. Nesse momento as coisas voam por cima de mim e às vezes puxo do alto escrevo uma palavra, outras vezes levo pro horizonte faço um risco. Por enquanto tudo é nevoeiro e amor. Entre as palavras busco os significados desses encontros, desses materiais e dessas pessoas e sei que a obra já começou. A obra é de encontros: desse mar que transpassa e faz chegar não tenho medo. Entrego. #manabernardes#desenvolvimentoautoralfeminino#performancetranslúcida